terça-feira, 30 de março de 2010
Ai Weiwei
Ai Weiwei, considerado por alguns como o mais importante artista chinês vivo, vai ser o 11º artista da Unilever Series, convidado a tomar conta do Turbine Hall da Tate, em Londres Um activista, uma voz pelos direitos humanos, e um artista que, num regime fechado, se atreveu a declarar: "A liberdade tem a ver com o direito de questionar tudo." Ai Weiwei, considerado por alguns como o mais importante artista chinês vivo, vai ser o 11º artista da Unilever Series, convidado a tomar conta do Turbine Hall da Tate, em Londres. É o primeiro artista radicado na Ásia a receber o convite, sucedendo a nomes como Louise Bourgeois, Anish Kapoor ou Doris Salcedo (outra activista e única artista latino-americana, até agora, com a mesma oportunidade).
O projecto de Weiwei para o Turbine Hall será conhecido pelo público em Outubro; entretanto, Vicente Todolí, director da Tate Modern, já falou à imprensa britânica sobre a escolha do artista, que em 2008 colaborou com a dupla de arquitectos Herzog e de Meuron na realização do Estádio Olímpico de Pequim - O Ninho: explicou que tem também a ver com a forma como "a Tate continua a alargar a representação que faz da arte a todas as partes do globo". "As instalações de Weiwei, frequemente de grande escala, estão entre as mais socialmente comprometidas obras de arte realizadas hoje, portanto, vai ser muito excitante ver como ele responde ao enorme espaço público do Turbine Hall." Depois de ter vivivo nos EUA entre 1981 e 1993, Ai Weiwei voltou a Pequim, onde o seu primeiro trabalho de impacto publico se intitulou "Dropping a Han Dynasty Urn" (1995): literalmente, ele deixa cair (e quebrar) uma urna de cerâmica, supostamente datada da dinastia Han. Outra acção: a recuperação de 1001 portas e janelas de madeira de edificios chineses demolidos e a sua transformação em escultura. Projecto de fundo ainda mais claramente político, mas este fora da China: um memorial ao terramoto de 2008 em Sichuan, incluindo milhares de mochilas escolares de crianças na fachada da Haus der Kunst de Munique, na Alemanha, e uma investigação sobre as causas do desmoronamento das escolas, edifícios públicos sob responsabilidade do Estado.
Na última documenta, Ai Weiwei levou 1.001 chineses a Kassel através do projeto Conto de Fadas. Os chineses fizeram parte da exposição e suas vivências, parte da arte. Foi o maior projeto já realizado para a documenta de Kassel. Em sua nova exposição So Sorry (sinto muito), aberta ao público no dia 12/10 em Munique, Weiwei faz alusão a milhares de pedidos de desculpas apresentados por governos e empresas a fim de expressar seu pesar por tragédias e erros cometidos, sem a preocupação de admiti-los ou repará-los, explica o blog que acompanha a exposição. Pedidos de desculpas estão nas manchetes de todos os lugares, inclusive da China, comenta o blog. No entanto, a expressão "desculpa" passou a ter um sentido de "estou pouco me lixando", sinalizando que já é tarde demais para reparar um erro. Será preciso desenvolver uma nova "cultura da desculpa" para expressar nosso pesar, questionam os organizadores da mostra.
Três anos se passaram desde o surgimento da ideia até a realização da exposição. "Nós temos que deixar um comentário sobre as coisas ruins no nosso mundo, senão nos tornamos parte delas", afirmou Weiwei
Além de conhecidos trabalhos que empregam diversas mídias, a exposição em Munique traz duas novas obras que Weiwei realizou exclusivamente para a Haus der Kunst. O tapete Soft Ground (piso suave) cobre 380 metros quadrados do espaço de exposição. O padrão do tapete de lã reproduz fielmente as 989 pedras do piso original, sobre o qual o tapete foi posicionado – incluindo os traços deixados por 70 anos de exposições. Cada pedra foi fotografa e sua posição, registrada. O tapete foi tecido a mão na província chinesa de Hebei.
Sobre o tapete, Weiwei posicionou sua gigante instalação de troncos de árvores Rooted upon (enraizados acima), que o artista realizou recentemente.
Ai Weiwei (1957) Filho de Ai Qing famoso poeta denunciado durante a revolução cultural e enviado para campo de trabalho com a família. Ai Weiwei ficou 5 anos lá. Matriculou-se na Beijing Film Academy. De 1081 a 1993 ficou em Nova York e estudou na Parson School of Design. Ao retornar ao seu país foi um dos líderes da arte contemporânea na China. Artista, professor, arquiteto e designer. Fez parte da elaboração do estádio Ninho construído para as Olimpíadas. Participou da Bienal de Veneza e Documenta de Kassel.
Ai Weiwei _ Phaidon, 2009.
Exposição "Ai Weiwei - So Sorry"
12.10.2009 a 07.10.2010
Haus der Kunst Munique
http://www.aiweiwei.com/
http://www.tate.org.uk/modern/unileverseries/
http://ipsilon.publico.pt/artes/
http://frequentarosincorporais.blogspot.com/2009/10/
horizonte em Sapucaí
quarta-feira, 24 de março de 2010
tomou conta
("viagem" boa de fim de dia...rs)
sexta-feira, 19 de março de 2010
Hélio Oiticica
Os escritos, pensamentos e obras de Hélio Oiticica
De 21 de março a 16 de maio o Itaú Cultural apresenta ao público Hélio Oiticica – Museu é o Mundo, com curadoria de Fernando Cocchiarale e César Oiticica Filho. A abertura para convidados acontece no dia 20, a partir das 11h, com apresentação da escola de samba Mangueira e uma intervenção artística com Jards Macalé e o Teatro Oficina no Rhodislândia – penetrável que durante o período da exposição receberá intervenções com artistas que estão sendo convidados para realizá-las em alguns finais de semana.
Mostra homenageia 30 anos da morte deste vanguardista da arte brasileira e reúne mais de 100 obras, sete vídeos e textos escritos por ele que revelam o seu processo criativo. De acordo com a curadoria, trata-se da maior exposição já feita em São Paulo sobre o processo criativo de Oiticica. Hélio Oiticica – Museu é o Mundo ocupa os três andares do espaço expositivo do instituto e ainda exibe alguns Penetráveis em espaços públicos como a Casa das Rosas, o Teatro Oficina, a Pinacoteca do Estado, o Parque Ibirapuera e o Parque Mário Covas. A mostra perfaz um resumo da gestação textual e da produção da obra desse artista seminal da vanguarda brasileira dos anos 50, 60 e 70. Os textos que ele deixou com as suas reflexões sobre arte formam, com a obra, o conjunto para que o visitante entenda a gênese e execução do seu trabalho.
veja o texto no site: http://www.canalcontemporaneo.art.br
Lucas Bambozzi
LUCAS BAMBOZZI:
PRESENÇAS INSUSTENTÁVEIS
O espaço interior é, a princípio, a representação de um apartamento vazio moldado por sugestões visuais projetadas em suas paredes, janelas e portas – ora reais, ora fictícias. Trata-se de uma arquitetura preenchida por outra, um lugar que se transforma em vários.
As cenas apresentam partes de quartos e cômodos provisórios, captadas ao longo dos últimos quatro anos, enquanto o artista buscava apartamentos ou casas para alugar pela cidade de São Paulo. Os ambientes sugeridos nessas gravações oscilam entre o que se vê e o que se imagina que possa ter acontecido neles.
Partindo da idéia de que a presença do outro é sempre percebida subjetivamente, o trabalho discorre sobre as evidências que pontuam nossa percepção no espaço em relação às pessoas que o percorrem ou o habitaram. As imagens são como visões vagas, resultado da noção enganosa que as formas podem produzir. Estas se transformam, as paredes se modificam, o espaço se reconfigura e atribui-se memória a este ambiente.
De acordo com o artista, “a mostra apresenta as minhas inquietações em um campo de novas buscas. Uma busca que não reflete fórmulas conhecidas dos vídeos de arte, que se mostra diferente de meus filmes e vídeos dos anos 90. Que retira do ordinário e das evidências mais banais uma outra forma de percepção para a informação contida nas imagens. Uma outra arquitetura, um outro cinema e outras possibilidades de encontro entre o espaço e as imagens em movimento”.
Lucas Bambozzi trabalha com vídeo e meios eletrônicos desde o início dos anos 90, sendo um dos artistas brasileiros mais conhecidos no exterior no campo das novas mídias. Nasceu em Matão, São Paulo, em 1965, e formou-se em comunicação social e jornalismo pela UFMG, em Belo Horizonte. Seus trabalhos incluem instalações, videoclipes e vídeos experimentais. Foi um dos fundadores do ForumBHZVideo e curador de vídeo do MIS, na capital paulistana. Atua também como crítico, curador e distribuidor de trabalhos criativos em artes eletrônicas.
Recentes exposições individuais incluem Da Obsolescência Programada, em 3 Atos apresentada durante o ON_OFF Festival: Experiências em Live Image (Instituto Itaú Cultural, São Paulo, 2009) e TransitionMX, na Cidade do México. Em 2009, o artista participou das mostras Restraint (OBORO et Maison de la Culture Marie-Uguay, Montreal), Geografías Celulares (Espacio Fundación Telefónica, Buenos Aires), Petit Mal (Museo Universitario de Arte Contemporáneo, Cidade do México), Outros Silverinos Remix (Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo) e da itinerante RE:akt! Reconstruction, Re-enactment, Re-reporting, que passou por Bucareste, Ljubljana e Rijeka. A obra de Lucas Bambozzi foi premiada nacional e internacionalmente com o 5º Petrobras Cinema, 4º Prêmio Sergio Motta e 20º Locarno VideoArt Festival entre outros.
Terça a sexta-feira, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 17h.
segunda-feira, 15 de março de 2010
+Alfred Stieglitz
“There is a reality — so subtle that it becomes more real than reality. That’s what I’m trying to get down in photography… I have a vision of life and I try to find equivalents for it sometimes in the form of photographs”.
Stieglitzsábado, 6 de março de 2010
Gordon Matta-Clark
Gordon Matta-Clark no MAM
Miroslaw Balka
The Unilever Series: Miroslaw Balka
Tate Modern 13 October 2009 – 5 April 2010
Miroslaw Balka's black hole at Tate Modern is terrifying, awe-inspiring and throught-provoking. It embraces you with a velvet chill. The Guardian
A última comissão na Série A Unilever Series - How It Is pelo artista polonês Miroslaw Balka é uma estrutura de aço gigante cinza com uma vasta câmara escura, que na construção reflecte a arquitectura circundante - quase como se o espaço interior do Turbine Hall tivesse sido virado do avesso. Pairando em algum lugar entre a escultura e a arquitetura, em palafitas com 2 metros,13 metros de altura e 30 metros de comprimento. Os visitantes podem andar debaixo dela, ouvindo o som de passos ecoando em aço, ou entrar através de uma rampa em um interior Pitch Black, criando uma sensação de desconforto. Esta câmara faz uma série de alusões à história recente da Polônia - a rampa na entrada do Gueto de Varsóvia, ou os caminhões que levaram os judeus para os campos de concentração de Treblinka ou Auschwitz, por exemplo. Ao entrar no espaço escuro, os visitantes depositam confiança considerável na organização, algo que poderia ser visto também em relação aos riscos recentes, muitas vezes vividos por imigrantes que viajam. Balka pretende proporcionar aos visitantes uma experiência que é simultaneamente pessoal e coletiva, criando uma gama de experiências sensoriais e emocionais através do som, contraste de luz e sombra, a experiência individual e a consciência dos outros, talvez provocando sentimentos de apreensão, excitação e intriga.
Frederick Wiseman
Por mais de quatro décadas, Wiseman usou uma câmera de 16mm leve e equipamento de som portátil para estudar o comportamento humano em todas as suas manifestações contraditórias e imprevisíveis, particularmente em situações institucionais ou arregimentada em que a autoridade cria um desequilíbrio de poder, ou onde a democracia está no trabalho.Como os grandes romancistas do século XIX, Wiseman combina a narrativa épica com retratos íntimos. Seus filmes incluem um grande panorama da vida dos americanos (e, mais recentemente, a vida cultural de Paris) uma espécie de moderna comédie humaine que, muito surpreendentemente, nunca perde a sua vitalidade. E apesar de Wiseman abordar seus sujeitos -doutores, bailarinas, soldados, estudantes, beneficiários de assistência social, os operários, os modelos da moda, tratadores, vítimas de violência doméstica, os monges beneditinos, os doentes terminais, com um mínimo de intrusão ou influência, ele traz olhos sensíveis, de confiança, ceticismo penetrante de um advogado, e os impulsos dramáticos de um contador de histórias para chegar àquilo a que Eugène Ionesco, um de seus dramaturgos favorito, chama de "verdade imaginativa." Todos os filmes são dirigidos, editado e produzido por Wiseman.
hotel na floresta
Noruega. Em uma margem do rio Valldola, numa paisagem absurda, cheia de Pinhos centenários e Natureza com pedras esculpidas, está o Juvet Landscape Hotel, um dos primeiros em "paisagem" na Europa. À primeira vista, os sete quartos, independentes, parecem modestos e despretensiosos. Mas quando você abre a porta e entra, é como se a natureza se apressasse em cumprimentá-lo através das enormes janelas panorâmicas.Você quase pode sentir as árvores roçando você, e a neve branca de gotas de pulverização do rio Valldøla em seu rosto. Nossa...que delícia...
quinta-feira, 4 de março de 2010
METI school
desenvolvimento é uma organização de desenvolvimento de Bangladesh criada para incentivar a independência
das comunidades rurais em Bangladesh, através do desenvolvimento sustentável.
esta escola primária em Calcutá, numa vila em Bangladesh, usa métodos tradicionais
Anna Aeringer da Áustria e Eike Roswag da Alemanha , não pouparam esforços para envolver
built area: 325 m2
cost: $ 22,835
design and concept: anna heringer
technical, detailed planning and realisation: anna heringer and eike roswag
the METI school won the aga khan award for architecture 2007
all images © kurt hörbst
+ Marilá Dardot
ulyisses/ Ficções
Páginas de um livro imaginado, uma edição bilíngue do Ulysses de James Joyce. Criadas a partir do livro original e uma edição da tradução de Antonio Houaiss para o português, as imagens do trabalho mostram anotações em código de cor que apontam frases com a palavra “word”, “palavra”.
Prólogo/ MARILÁ DARDOT
Ficções é o nome de um livro de Jorge Luis Borges. Pensei que poderia nomear também minha exposição. Afinal, Borges me acompanha desde o começo de tudo isso. E tudo isso sempre teve a ver com ficção. Faz-de-conta. Invencionice. Delírio. Utopia. Arte. Mentira mesmo. Nada do que conto aqui veio nesta ordem nem neste estado em que vou enumerar. Nada disso veio em ordem, na verdade. Todo processo é correnteza, nunca sabemos direito para onde vai nos levar. No começo é intuição. E no final é ficção pura. Comecemos então pela capa. Ou melhor, pela frente: a fachada da galeria, que já foi tanta coisa. E se a fachada se tranformasse em um livro gigante, Um grande livro, Vermelho? A gente se sentiria pequenininho, mas perceberia que tem uma porta, que dá pra entrar. E, como Alice, entraríamos. Lá dentro encontraríamos imagens de um livro aberto. Ele seria composto por dois livros iguais e diferentes. Meio grande, mas é que estaríamos mesmo pequenos. Misturaria duas línguas: Ulyisses. Esse livro eu inventaria. Ao fundo poderíamos ver umas letras gigantes. Pareceriam surgir do chão. Poderíamos andar entre elas. Seria como se de repente as coisas e paisagens pudessem falar: o piso, o céu, o vento, as cidades, as casas, as paredes. Porque as palavras estão por toda parte: entre nós e o outro, e o fora, entre nós e o mundo...
E se isso tudo fosse uma exposição, e ela se chamasse Ficções, como o livro de Borges?
* frase no original, tirada do Ulisses: In words of words for words,palabras.