Gordon Matta-Clark, Tree Dance, 1971
Gordon Matta-Clark no MAM
Gordon Matta-Clark: desfazer o espaço
Curadoria:Tatiana Cuevas e Gabriela Rangel
12 de fevereiro a 4 de abril de 2010
Depois da estréia no Museo Nacional de Bellas Artes do Chile, é a vez do Museu de Arte Moderna de São Paulo receber Gordon Matta-Clark: desfazer o espaço, primeira retrospectiva abrangente do artista provocativo e irreverente a excursionar pela América do Sul. Organizada pelo Museo de Arte de Lima em colaboração com o Espólio de Gordon Matta-Clark e o apoio da David Zwirner Gallery, em Nova York, a mostra abrange aspectos da obra e da vida do filho do artista surrealista Roberto Matta, ainda pouco conhecido do grande público neste continente. Gordon Matta Clark: desfazer o espaço investiga a resposta crítica do artista à falência da arquitetura moderna como esforço humanista e ao colapso das políticas habitacionais ao lado de sua preocupação em criar abrigos (residências auto-sustentáveis como paredes de lixo ou “garbage walls”, “basket houses”, casas-balão, entre outros) que ainda pudessem encontrar eco nas mudanças urbanas e nas demandas sociais de vários países da América do Sul.
"Gordon Matta-Clark (1943-1978) adoraria estar agora em São Paulo. "Essa cidade tem problemas que lhe renderiam novos projetos", diz Jane Crawford, viúva do artista americano e detentora de seu espólio. Arquiteto por formação, Matta-Clark teve, na década de 1970, uma carreira artística curta, de apenas dez anos, baseada em Nova York, sua cidade natal. "Era uma metrópole em crise de dinheiro, com fábricas que se transferiram de lá, um tempo diferente. Gordon viu as pessoas vivendo nas ruas e ele era pobre também, mas não chegou a ser um sem-teto", diz Jane, que o conheceu no fim de 1975 e com ele ficou até sua morte. Para as pessoas não dependerem apenas de caixas de papelão como morada, Matta-Clark criou em 1970 o Garbage Wall (Parede de Lixo), uma solução "mais segura" para a construção de casas, quatro versões de muros feitos com embalagens encontradas gratuitamente no lixo e concreto. Hoje, diz a viúva do artista, ele se interessaria pelas favelas."
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