sábado, 27 de dezembro de 2008

novo filme muçulmano underground


Hoje li no "The New York Times", escrito por Christopher Maag, que este é o novo livro libertador dos jovens muçulmanos...

Há cinco anos, jovens muçulmanos em todos os Estados Unidos começaram a ler e a passar adiante a cópia de um livro obscuro chamado "The Taqwacores", sobre muçulmanos fictícios da cena punk rock em Buffalo.

"Esse livro ajudou a criar minha identidade", disse Naina Syed, 14, caloura do colegial em Coventry, Connecticut. Muçulmana nascida no Paquistão, Naina disse que passou horas no telefone ouvindo sua irmã mais velha ler o livro para ela. "Quando eu finalmente li o livro", disse, "foi uma experiência sensacional".
O livro é "O Apanhador no Campo de Centeio" dos jovens muçulmanos, disse Carl W. Ernst, professor de estudos islâmicos na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill. Depois de brotar da imaginação de Michael Muhammad Knight, o livro inspirou os jovens muçulmanos rebeldes dos Estados Unidos a formarem bandas punks de verdade e a construírem sua própria cultura alternativa. Agora o sucesso underground do punk muçulmano resultou num filme independente de baixo orçamento baseado no livro.
Um grupo de artistas punk que moram numa república em Cleveland chamada Tower of Treason [Torre da Traição] ofereceram a casa como set de filmagem. As ruas esburacadas e fachadas de loja remendadas com tábuas do bairro lembram algumas áreas de Buffalo. A filmagem aconteceu em outubro e o filme será lançado no ano que vem, diz o diretor Eyad Zahra.
"Ver esses personagens que costumavam viver apenas dentro da minha cabeça andando por aí, e pensar em todos esses jovens vivendo partes do livro, é totalmente surreal", disse Muhammad Knight, 31, enquanto passeava pelo set de filmagem.
Como parte do set, um músico de punk rock muçulmano, Marwan Kamel, 23, pintou "Osama McDonald", uma figura com o rosto de Osama Bin Laden sobre o corpo de Ronald McDonald. Kamel disse que a pintura era um protesto contra o imperialismo das corporações norte-americanas e contra o Wahhabismo, a forma mais rígida do Islã. Noureen DeWulf, 24, uma atriz que faz o papel de roqueira no filme, defende a mensagem do roteiro. "Sou muçulmana e sou 100% americana", diz DeWulf, "Então posso criticar minha fé e meu país. Rebeldia? Punk? Isso é totalmente americano". 
O título do livro combina as palavras "taqwa", árabe para "piedade", com "hardcore", usada para descrever muitos gêneros raivosos de música ocidental. Para muitos jovens muçulmanos americanos, estigmatizados por seus colegas depois dos ataques de 11 de setembro e rejeitados tanto pela reação do governo Bush aos ataques quanto pelo rígido conservadorismo de muitos líderes muçulmanos, o livro tornou-se um modelo para suas vidas. "Ler o livro foi totalmente libertador para mim", disse Arrej Zufari, 34, professora muçulmana de humanidades na Faculdade Comunitária de Valencia em Orlando, Flórida.

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