terça-feira, 17 de março de 2009

o vazio e o nada em Paris

O nada e o vazio protagonizam uma exposição em Paris
O nada como arte e objeto de contemplação é o tema da exposição "Vazios uma retrospectiva" no centro de arte Pompidou. Uma mostra que comemora os 51 anos da arte minimalista sem nenhum quadro ou escultura. Uma oportunidade radical de repensar os espaços, suas funções, olhar a arquitetura, e principalmente sair de lá em paz.

Paula Azugaray escreve na Isto é, sobre a exposição VIDES
"A mostra propõe um percurso cronológico por nove salas que representam nove exposições em que não havia absolutamente nada a ser visto. O precedente foi aberto pelo francês Yves Klein, que em 1958 pintou de branco a Galerie Íris Clert, em Paris, como uma forma de transpor ao espaço suas pesquisas sobre a pintura monocromática e a sensibilidade pura. Segue-se ao gesto inaugural de Klein uma série de eventos ligados à arte minimalista e conceitual, realizados por Robert Irvin, Robert Barry e pelo grupo Art & Language, nos anos 1960 e 70. "Desde então, o espaço vazio tornou-se um clássico da postura radical e foi reprisado em outros contextos e outros tempos por artistas com intenções similares ou mesmo opostas", explica Copeland.
Segundo o curador, que em trabalhos anteriores também subverte o papel tradicional das mostras de arte (realizou, entre outras curadorias, Une exposition parlée e Une exposition choreographée), "cada um desses vazios tem diferentes naturezas e significados". O de Laurie Parsons, por exemplo, na Lorence Monk Gallery, em Nova York, em 1990, teve a função de anunciar sua renúncia do mundo da arte. Já Maria Eichhorn decidiu dedicar o orçamento de sua individual à reforma da Kunsthalle Bern, na Suíça, em 2001.
"Como acontece frequentemente com os vazios, a Bienal de São Paulo teve uma razão que a legitimou como vazia (financeira, curatorial, arquitetônica...). Mas, sempre que as exposições terminam, o vazio é novamente preenchido com objetos. Esperemos que isso aconteça na próxima bienal", afirma o curador. Embora ausente da mostra, a curadoria de Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen é citada no catálogo, uma antologia sobre o vazio, com textos de 45 autores abordando o tema de ângulos tão diversos quanto a arte, a ciência, a religião, a música e o cinema."

http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2051/artigo127064-1.htm

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